Nos últimos anos tenho participado de debates sobre o aborto dentro do Antinatalismo. Esta inserção da questão do aborto num movimento mais amplo deu a este debate características próprias: como alguém que se opõe ao nascimento poderia opor-se ao aborto?
A grande maioria dos antinatalistas é pro-aborto, e o raciocínio parece fácil e direto: se somos contra dar à luz pessoas porque as manipulamos colocando-as num mundo cheio de sofrimento, é óbvio que devemos concordar em abortar um ser que irá ser manipulado e jogado no sofrimento.
Contudo, essa inferência não é tão fácil quanto parece. Acho que é possível ser antinatalista e antiaborto na medida em que a decisão de não ter filhos e a decisão de abortar filhos são duas decisões lógica e eticamente diferentes. Explico isso em meu texto.
O professor Karim Akerma, da Alemanha, que é pro-aborto, e eu, Julio Cabrera, da Argentina-Brasil, que tenho uma linha antiaborto, decidimos publicar nossas contribuições sobre o tópico. Apresentamos nossa diferença de ideias num ambiente plural, guiados por um respeito básico pela posição oposta. Mas, ao que parece, as nossas posições são inconciliáveis.
Você pode encontrar os textos do Professor Akerma e os meus em Antinatalism, Abortion and Existence (A discussion between Karim Akerma and Julio Cabrera)
Julio Cabrera
0 comentários:
Postar um comentário