ERRATA no livro A Ética e suas Negações

No início do capítulo I. Paternidade e Abstenção, a editora Rocco cometeu um terrível erro: eles simplesmente suprimiram uma linha que prejudica totalmente a compreensão da primeira frase. A frase completa é a seguinte:



Durante toda a história da Filosofia, a Ética tem sido Ética do ser, o imperativo moral básico foi sempre ‘Deve-se viver’, e tudo o resto, uma justificativa desse imperativo.



sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Artigos sobre o que significa pensar desde América Latina

Nos últimos 10 anos, aproximadamente, a partir da publicação do “Diário de um filósofo no Brasil” (2010, com segunda edição em 2013), publiquei em diversos países uma série de artigos sobre o que significa pensar desde América Latina. Menciono os mais relevantes, indo da frente para trás.

(1) “A filosofia no fogo cruzado de direita e esquerda”. Revista Argumentos, Fortaleza, 2021.

Neste trabalho, tento mostrar que o dualismo “esquerda /direita” não coincide com o dualismo filosofia autoral/filosofia institucional. Se estivermos interessados em filosofia autoral, teríamos que tentar liberar a filosofia do conflito interminável entre esquerda e direita, sendo capazes de reconhecer boa filosofia mesmo no campo político que rejeitamos.

(2) “El estudiante de filosofía como víctima académica (Una reflexión sobre violencia intelectual desde Enrique Dussel)”. Cuadernos chilenos de historia de la educación, 2020.

Utilizando la noción de "víctima" de Enrique Dussel, trato de mostrar en este artículo que la estructura de formación de los estudiantes de filosofía en América Latina, a través de sus currículos casi exclusivamente eurocéntricos, transforma a esos estudiantes en "víctimas académicas", con todas las características de la situación victimaria presentada por Dussel.

(3) “Vilém Flusser como ponto de ruptura do atual sistema brasileiro de filosofia (Acerca de ‘Da dúvida’, texto impossível)”. É Realizações, 2018.

Pretendo utilizar o livro de Flusser “Da dúvida” como oportunidade para refletir sobre os tipos de textos filosóficos hoje recomendados pelos departamentos brasileiros de filosofia, e aquelas escritas que eles desencorajam e rejeitam. Quero forçar Flusser a entrar numa discussão crítica sobre o atual status acadêmico da reflexão filosófica.

(4) “O projeto institucional da filosofia no Brasil e a inexistente escola de Brasília”. Revista Sísifo, 2018.

Neste artigo apresento uma exposição crítica do livro de Ivan Domingues, “Filosofia no Brasil”, para entender cabalmente o projeto institucional da filosofia no país. Na segunda parte, eu forneço informações acerca de atividades filosóficas desenvolvidas em Brasília nas últimas décadas, totalmente ignoradas pelo livro de Domingues. Se o que existe é o projeto institucional descrito por Domingues, os pensadores de Brasília optam por não existir, por uma inexistência criadora e insurgente.

(5) “Esbozo de una introducción al pensamiento desde ‘América Latina’ (Más allá de las ‘introducciones a la filosofía’)”. (Em: Willames, Flores (Orgs). Problemas do pensamento filosófico na América Latina. Goiânia, 2018).

En este trabajo hago una destrucción de la pregunta tradicional de Salazar Bondy sobre la “existencia de filosofía en América Latina”, cuestionando los términos en que esa pregunta está planteada: “existencia”, “filosofía”, “América Latina”, “en”. Se trata de elucidar qué significa pensar desde una perspectiva latinoamericana, cómo el pensamiento es histórico-existencialmente estructurado desde nuestra perspectiva. Al final, presento programas de estudio de pensamiento latinoamericano.

(6) “Filosofar Acadêmico e Pensamento Insurgente (Dis-pensando a filosofia a partir de Oswald de Andrade e Raul Seixas)”. Revista Ideação. Feira de Santana, 2017.

Neste texto abordo duas características do filosofar acadêmico, a “exigência de exaustividade” e a “exigência de frieza vital”. Sustento que essas duas características mantêm a atividade filosófica latino-americana (e brasileira em particular) na dependência, em lugar de dinamizar atividades filosóficas criadoras. O texto assinala a obra marginal de dois brasileiros natos que desafiaram essas duas características – Oswald de Andrade contra a exaustividade, Raul Seixas contra a frieza - dispensando o pensamento filosófico hegemônico.

(7) “Comment peut-on être um philosophe français au Brésil?”. Cahiers critiques de philosophie, numero 16, Hermann, Paris VIII, 2016.

Este artigo é uma réplica a um volume, aparecido na França em 2012, denominada: “Comment peut-on être philosophe...au Brésil?, apresentando uma perspectiva muito parcial da realidade filosófica brasileira. A situação atual da filosofia no Brasil é resultado de lutas e conflitos, e a visão que se oferece nessa publicação é a do grupo vitorioso. Tento apresentar uma visão mais integral da situação da filosofia no Brasil obtida mediante o acréscimo da visão dos vencidos.

(8) "Europeu não significa universal. Brasileiro não significa nacional". Revista Nabuco, 2014-2015.

Neste artigo tento desafiar a convicção usual de que a produção filosófica europeia representa pura e simplesmente o pensamento universal, enquanto colombianos ou brasileiros, quando pensam os problemas que surgem de suas realidades, refletem a partir de suas procedências nacionais e não fazem autêntica filosofia universal. Apresento o Acervo T, um conjunto inabalável de crenças que tornam muito difícil o surgimento de um pensar desde nossas circunstâncias que não seja entendido em termos meramente “nacionais”. Não vale a pena discutir com alguém que esteja tão convicto das ideias do Acervo T até o ponto de não mais estar disposto a colocá-las em discussão.

Julio Cabrera 

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